Não me deixe à toa!
Não me deixe à toa!
Pelo amor de Deus Sant’antonho,
não me deixe à toa!
A menina se veste de sol
Num clarão que arrebata o sertão
Cega os zói de Ferreira, Deraldo
Virgulino, mor-capitão
Na trezena Sant’antonho
Três marido pr’eu casar
O primeiro dá as cria
O segundo labutar
O terceiro é só furria
Que é pra mode me alegrar
No sol, no mar
Quarta-feira de branco, Maria
Pro terreiro da lua Afonjá
Amalá de Xangô, que alegria
Toque banto para festejar
Num jogo de sete búzios
Meu futuro é cantar
Salve a mata a esperança
A viola e o luar
Salve a serra, rio Sant`Anna
Que é pra mode me encontrar
Com o sol e o mar
Eu vou cantar o meu sertão
Com o português que aprendi no Taboão
Lá onde se agita, onde se afina o coração
Lá onde a pureza, é a natureza da solidão