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Feira Livre

by Flavio Assis

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1.
Sexta-Feira 04:14
SEXTA-FEIRA Flávio Assis Maria já lavou a roupa Estendeu no cabide, passou o café Chamou Joana na mata Comida pra inquice, atotô, oté! Hoje é sexta-feira mana! Saia rodada Odé! Arrasta sandália baiana Camisa branca e cafuné, na mata! Vevé, caia na minha cama Jura que me ama Vem que é bom! Vem que é bom! Hoje é sexta-feira Eu vou de branco pro barracão Lá pro terreiro grande Levar massemba pra Oxalufã
2.
Cambuí 04:02
CAMBUÍ Flávio Assis Você me balança feito árvore Vento do mar no teu cocar De amêndoa-burana Amêndoa, umburana Você me alcança feito a tarde Magendo o céu Já tão carmim-cereja A noite jambeira me chama Vem grudar em mim É nódoa de manga ou cajarana Vem grudar em mim É nódoa de manga ou cajarana Nódoa de caju Fica tão em mim E não sai assim Não mais Quando for sair Me leve com você Na barra da tua saia Na lente do teu Ray-ban Me arrasta, me leva Baila por aí Sou teu All Star A fita no teu calcanhar É vermelha, vermelha, vermelha Cambuí, caquí
3.
Embolá 03:40
EMBOLÁ Flávio Assis Eu tô virado, revirado “mói de quentu” tô que quase não me agüento já não posso nem falar é tanta zanga entalada na garganta tô quem bago de cana na moenda, moendá! É feito fio da peixeira nas entranha Se não mata deixa manca Que eu não posso nem cantar Simbola ê, embolê, embolá, embolá! O coroné não tira o olho da cancela Vigilante no moro da filha, bela, donzela E eu arretado com o sol no meu pescoço Com a “bóia” que tão pouco, é pió que meu ordená Se ele soubesse que a vontade é que nem mio Quando a paia cai no estil, ta na hora de plantar Simbola ê, embolê, embolá, embolá! O seu dotô me receitou uma tranquilina Chá de mulé é a mió maracujina Adrenalina é namorar depois do almoço Numa chave de pescoço, com a rede a balançar Se ele soubesse que o amor é que nem rio Quando o desafio, com as águas de abril Fulorando toda mata Simbola ê, embolê, embolá, embolá! Se você me der Rosinha A pedra do teu anel No inverno, agosto inteiro O calor do teu dossel Te prometo, Rosinha, o céu
4.
Sertança 04:35
SERTANÇA Flávio Assis Sertão armado de peixeira e carabina Curisco lá do céu mandou relampejada centelha alada e um cordel Cara-a-cara com a fome sertanejo não fraqueja revira o bucho da falange maldição E reza pra Santa Clara não desampara meu sertão Coronelado cobra de sete-cabeças Sete procelas e o furor da traição Desvelam a guerra sagrada Ferreira, Maia e o baião Penha, venha! Pro meu sertão bençoar Venha, Penha! Trazer paz para o meu lar Marmeleiro já verdejou Joana eu vou dançar ciranda Lá na casa dos Carneiros Onde os violeiros cantam esperaça Olho d’água já transbordou que o boi-bumbá nadou Olho d’água esturricou E o boi-bumbá chorou
5.
Feira Livre 04:03
FEIRA LIVRE Flávio Assis Hoje é domingo de feira Lá na beira da maré Milagre do povo Na faca amolada Na tripa do peixe No bucho do porco No gole a cachaça Crê quem quiser São Tomé! Ô Diana, vai lá na venda do Zé Traz pimenta de cheiro Sangue pisado pro sarapaté Lá tem feijão de corda? Oi, tem, tem, tem! E a folha da maniçoba? Oi, também, tem, tem, tem! Lá tem fatada de bode? Dobrada, quem pode? Sirí de capote? Farofa amarela pra acompanhar? Oi, tem, tem, tem! Tem sururu na cabaça? Manteiga em garrafa? Pescada-amarela no cassuá? Oi, também, tem, tem, tem! Oi Donana, Traz arruda e guiné Bacia pro banho de cheiro Pro mal-olhado arribar o pé Crê quem quiser São Tomé!
6.
Maria 02:53
MARIA Flávio Assis Maria pé no mato é hora Arriba a saia vamo-nos embora Ô Maria, pé no mato, pé no mato é hora Maria pé no mato é hora Arriba a saia vamo-nos embora Ô Maria, Ô Maria, pé no mato, pé no mato é hora Hoje Maria vai entrar na roda Lá no terreiro de arribação Quando Maria dança é moça prosa Dança também meu coração Quando Maria entra na roda Tudo em volta é animação Até o moribundo já se coça Deixa de lado a danação Pra dançar com sinhá e sambar meu sinhô Té de manhã Ô Maria Vem morar no meu coração Cá tem festa todo dia Não se fala em solidão
7.
Bouquet 04:22
BOUQUET Flávio Assis Rosas no jardim, girassóis todo lírio Pétalas de lis e jasmim Pro teu sorriso mimar Do céu da boca a chuva virá Pra molhar o chão azul-grená Espatódias nuas a florar Beija-flores vão beber, voar Tulipas de sabão, tin-tin, trilar Nuvens de algodão Bouquet no ar Orquídeas em botão do céu, caiam Voa viço Derramar você Volta vício Encontrar você Papoula, açucena aiô Fulô, fulô Violeta despetalou, fulô Papoula, açucena aiô Fulô, fulô Gardênia, roseira, aiô, fulô
8.
Areia 05:21
AREIA Flávio Assis É de areia o lar da sereia É de areia a flor de Aioká É de areia o que o vento mareja É de areia o fundo do mar É de areia o olhar navegante É de areia a vela ao mar É de areia o barco errante Sobre as pedras do Reino de Oiá Oi, oi, oi, mãe iê! Trouxe flores de gunté Água de cheiro de Loa Pedrarias de Nilé
9.
Se Fosse Mar 05:11
SE FOSSE MAR Flávio Assis Se teus cabelos fossem o mar Mil vezes navegaria Por entre pêlos e canções Tuas tranças pra chegar, Aportar e amarrar Os versos da minha lira Rima, trovas, emoções Cantigas de ninar Palavra, que a voz tanto escondeu aos olhos esclareceu na dança do olhar E se tua voz infesta o ar o mundo perfumaria aos meus olhos soaria Bethânia em madrigal ou Gal, no balancê da liça A vida então seria Eterno carnaval Mas vai atrás do pierrot Dó de mim Fica aqui Você foi E me deixou Assim tão só
10.
Meias de Lã 04:43
MEIAS DE LÃ Flávio Assis Novelo revela lã Faz-me teu cobertor Nas noites de frio Melhor encostar meu bem E ninar toda manhã Azul floreia a cor do estil Pra vim quentar você Espero teus dias dourados De sol teso a pino, eu acho Do céu choverá você E caia no meu telhado Escorra até o quarto Janela aberta esperará você Mas se você lembrar de mim Estou num canto qualquer Eu tuas meias de lã Ao teus pés esquentar Em dias de inverno bravo Que tal um café pra nós dois [deixar o café pra depois] Ô naná, nanô, ô naná, nanô, ô naná, nanô! Teço meus fios en passant Lã por lã, embaraço-me a você Enredo toda minha vida Fio da meada perdida Minha paz costurada em você E trago minha sorte cerzida Na pele tua trama, tua carícia Minha arte bordada em você Mas se você lembrar de mim Estou num canto qualquer Eu tuas meias de lã Ao teus pés esquentar Em dias de inverno bravo Que tal um café pra nós dois [deixar o café pra depois] Ô naná, nanô, ô naná, nanô, ô naná, nanô!
11.
BEMBÉ DO MERCADO Flávio Assis O Brasil vai se ver lá no Bembé do Mercado no dia treze de maio lá em Santo Amaro No chão de pedra onde reinava o Besouro Entre as ruelas descarnadas desce o povo já beirando o Subaé vem vindo um mundo novo Vem nego do Caquende Vem de tudo qu’é arraiá [lugar] Vem descendo do Acupe Lá pra beira do mar Para dançar, rum-rumpi-lé Para cantar, é balafon E encantar Zambiapongo Rei Mangangá, Rei Mangangá, Rei Mangangá!
12.
Zabelê 03:38
ZABELÊ Flávio Assis Morena que a boca prove O teu mel de zabelê Da flor que o passarinho Nunca mais fez esquecer Morena quando passas Requebrando as cadeiras Desmantela um coração Faz trovoada O céu já relampeja E a Guanabara Um mar todo em deleite Na minha cara Morena teu beijo pode Matar um de bem querer Desatina o juízo do pobre É só te ver Morena quando passas Revirando os cabelos Arrebenta o violão O pandeiro cala A cuíca desafina Tamborim atrasa O compasso desse samba A cidade pára Moreninha braços d’água Vem, vem derramar Um par de quilhas tão negras Cortam meu olhar
13.
Trezena 03:51
TREZENA Flávio Assis Não me deixe à toa! Não me deixe à toa! Pelo amor de Deus Sant’antonho, não me deixe à toa! A menina se veste de sol Num clarão que arrebata o sertão Cega os zói de Ferreira, Deraldo Virgulino, mor-capitão Na trezena Sant’antonho Três marido pr’eu casar O primeiro dá as cria O segundo labutar O terceiro é só furria Que é pra mode me alegrar No sol, no mar Quarta-feira de branco, Maria Pro terreiro da lua Afonjá Amalá de Xangô, que alegria Toque banto para festejar Num jogo de sete búzios Meu futuro é cantar Salve a mata a esperança A viola e o luar Salve a serra, rio Sant`Anna Que é pra mode me encontrar Com o sol e o mar Eu vou cantar o meu sertão Com o português que aprendi no Taboão Lá onde se agita, onde se afina o coração Lá onde a pureza, é a natureza da solidão

about

Feira Livre is the second album of the bahian composer and singer Flávio Assis.
The main idea behind “Feira Livre” is to conceive its phonographic production as a “rhythmic crossroad”, a converging polyphonic reference.

The artist, whose style is genuinely pluralistic, proposes textual and melodic profusion, varied sonority, musical timbres and harmonic expressions. “I can only conceive my musicality based on the alignment and richness of my ancestor references in accordance with a contemporary representation”, points out the composer.

Produced by Roberto Mendes, Feira Livre, to be launched in November in Salvador Bahia, represents this polyphonic perspective. Its thirteen tracks depict the semba angolano, the capoeira, the samba-côco, maracatu, samba-reggae, the chula do Recôncavo Baiano, ijexá and the baião.

Aware of his ethnic and cultural matrix, Flavio Assis relies his voice and music on Afro-Brazilian traditions yet closely connected to contemporaneity.The Feira Livre album evokes the traditional together with the contemporary and unlike other similar attempts, the main essence is not taken away.

credits

released May 3, 2012

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Flavio Assis Salvador, Brazil

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